Stadt: Prag, Tschechische Republik

Frist: 2017-02-28

Beginn: 2017-09-22

Ende: 2017-09-23

No ano em que o Novo Atlas da Língua Portuguesa contabiliza a existência de 263 milhões de falantes e uma significativa expansão desta língua a nível global, com especial destaque para os fenómenos de procura que se verificam na China e nos Estados Unidos da América, o Português ganha visibilidade também pelo papel crescente que tem vindo a desempenhar como língua de ciência, de cultura e de empreendedorismo.
É neste contexto de celebração e crescimento que, nos dias 22 e 23 de setembro de 2017, o Departamento de Estudos Luso-Brasileiros do Instituto de Estudos Românicos da Faculdade de Letras da Universidade Carlos IV em Praga com o apoio da Sociedade Checa de Língua Portuguesa organiza um Colóquio Internacional comemorando os 90 anos do ensino de língua portuguesa na instituição e os 60 anos da filologia portuguesa como disciplina autónoma.
Em jeito de homenagem ao trabalho dos nossos precursores, temos a honra de convidar todos os colegas lusitanistas para dois dias de partilha de conhecimentos e troca de informações e experiências.

O Programa do Colóquio privilegiará os seguintes eixos temáticos:

1) Poéticas finisseculares (séculos XIX e XX)
Os últimos dois fins-de-século parecem compartilhar várias caraterísticas. O otimismo baseado no progresso científico e tecnológico e na esperança de uma nova integração das sociedades particulares e do mundo euroatlântico em geral é confrontado com os fracassos da razão, a omnipotência destrutiva da engrenagem socio-política e a desagregação a todos os níveis, desde o individualismo radical até ao racismo e aos nacionalismos exacerbados. Fascinado e perturbado pela mudança permanente e pelo relativismo universal, o artista moderno procura respostas e está angustiado por novas interrogações. A literatura não escapa à fragmentação geral, não oferecendo mais um leque senão um mosaico composto de pedras tão heterogêneas quanto o romance de evasão e a poesia hermética, hedonismo formal e estética de impacto, sondagem dos fundos da alma humana e exotismos de superfície. Falemos, pois, das inumeráveis poéticas finisseculares.

*2) Mundo vivo ‒ língua viva: o Português em destaque
*O Português tem sido encarado demasiadas vezes como uma língua pequena e exótica, fenómeno que contrasta frontalmente com o seu caráter universalista e pluricêntrico que faz dela uma real ponte entre culturas, nos cinco contintentes. Felizmente, nos últimos anos esta visão tem vindo a ser substituída por uma outra, bem mais realista, que retrata o Português como língua de cultura, de economia, de ciência e de diplomacia, qualificações reforçadas pelo interesse estratégico da CPLP e pelo seu alargamento, pelo crescimento e desenvolvimento dos países que o têm como língua oficial.
O crescimento mundial do número de alunos, a implementação do Português como língua regular nos sistemas de ensino de vários países, a sua utilização como língua oficial de várias organizações internacionais e o aumento do número de trabalhos científicos sobre a língua portuguesa, nas suas diversas variantes, provam que este interesse está em crescimento. O desafio é, aqui, compreender os novos fenómenos linguísticos que resultam do contacto desta língua com falantes de novas geografias, com outros idiomas maternos, com diferentes recursos e canais de divulgação, analógicos e digitais, com um potencial enorme para sujeitar a norma linguística a alterações rápidas e mais ou menos profundas.

3) “Cada língua que usas, cada pessoa que és”: a língua portuguesa como património cultural e identitário
Fenómenos históricos e culturais associados aos países de língua portuguesa são marcas reconhecidas um pouco por todo o mundo, sejam eles decorrentes da expansão e das históricas descobertas marítimas, com o desenvolvimento tecnológico que lhes está associado, sejam eles decorrentes da itinerância e conjugação de elementos culturais que, não raras vezes, deram origem a novas identidades e a fenómenos transbordantes, como o fado ou o samba, que já saltaram as fronteiras definidas. Tais realidades são perfeitamente observáveis e bastante estudadas no terreno em países que conseguem manter referentes próprios muito fortes apesar de se encontrarem em posições geopolíticas e culturais de charneira, como acontece com Cabo Verde, São Tomé e Príncipe ou Timor-leste, ou de gestão socioeconómica e cultural multifacetada, como acontece no Brasil. Por outro lado, recentes fenómenos políticos e institucionais de que são exemplo o crescimento de pedidos de adesão de Estados Observadores à CPLP ou a aclamada tomada de posse de António Guterres como Secretário Geral das Nações Unidas têm vindo a projetar esta língua e as culturas que ela representa no campo da política, das relações internacionais e da diplomacia. Nesta secção, convidamos todos os colegas a apresentarem trabalhos de investigação que versem justamente sobre este cruzamento de culturas e dos resultados daí decorrentes a nível historico-político, identitário e até civilizacional.

Línguas oficiais: Português, Espanhol, Inglês

As propostas de comunicação deverão ser enviadas para o endereço eletrônico e delas deverão constar:
- título
- resumo com um máximo de 200 palavras
- nota biográfica com um máximo de 150 palavras
As comunicações devem durar até 20 minutos.

Datas importantes:
28 de fevereiro de 2017: data-limite para aceitação de resumos
31 de março de 2017: comunicação dos resultados da seleção de resumos

Endereço eletrônico: ColoquioPraga2017@gmail.com

Comissão organizadora: Šárka Grauová, Jan Hricsina; Jaroslava Jindrová; Graziela Kronka; Karolina Válová

Beitrag von: Ulrike Mühlschlegel

Redaktion: Marcel Schmitt