Stadt: Leipzig

Frist: 2021-05-31

Beginn: 2021-09-15

Ende: 1921-09-19

URL: https://www.lusitanistentag2021-leipzig.de

14. CONGRESSO ALEMÃO DOS LUSITANISTAS LEIPZIG 2021

Coordenadores da seção: Maria Aparecida Barbosa (Universidade Federal de Santa Catarina / UFSC), Susana Kampff Lages (Universidade Federal Fluminense / UFF) e Johannes Kretschmer (Universidade Federal Fluminense / UFF)

Aporias e fluxos do tempo e da tradução
Como desdobramento do congresso anterior, esta Seção se apresenta no 14. Congressso Alemão dos Lusitanistas a partir de um necessário deslocamento de perspectiva: Naquela ocasião a tradução foi vista a partir de uma fenomenologia do espaço já trazendo inevitáveis remissões à categoria temporal, inscritas esteticamente em transposições interculturais e intersemióticas que focalizavam, entre outros, o tema dos êxodos, do exílio e da memória. Agora, essa reflexão de matiz fenomenológico deverá se aprofundar, voltando-se a indagações acerca da natureza da temporalidade e sua relação com a teoria e a prática tradutória.
A pergunta basilar de Agostinho de Hipona sobre a natureza do tempo impõe-se como partida teórica sobre a construção temporal enquanto “ser ou não ser”, possibilidade ou impossibilidade categorial. Assim como formulada no décimo primeiro livro das Confissões, a questão sobre o tempo é compreendida em seu caráter de aporia pelos principais comentadores. Ora, também a reflexão e a prática da tradução deparam-se com a condição aporética de seu objeto, derivada justamente do intervalo temporal que se insere entre texto original e desdobramentos em diversos momentos posteriores, na forma de texto a traduzir, texto em processo de tradução, texto traduzido e retraduzido. Essa sucessão de momentos, que se inscreve anacronicamente a cada nova tradução, foi descrita por Walter Benjamin no ensaio “A tarefa do tradutor” como a sobrevivência (Überleben) e a pervivência (Fortleben) das obras em sua condição essencialmente póstera ou póstuma – nas traduções. A história dos comentários desse ensaio é também marcada por uma aporia: a simultânea impossibilidade e necessidade da tradução, como reiteraram Jacques Derrida e Haroldo de Campos, o teórico da tradução como “transcriação”, uma teoria plenamente consciente do caráter póstero, deslocado e anacrônico de toda tradução.
Se a tradução, como disse Walter Benjamin, é uma forma, e, enquanto tal, tentativa de fixar algo fundamentalmente móvel, ela é por isso mesmo escansão rítmica. Propomos aqui, portanto, retomar a reflexão sobre o tema dos trânsitos e fluxos, aprofundando a investigação acerca do vínculo aporético e rítmico entre temporalidade e tradução em obras literárias, fílmicas e artísticas do universo cultural lusófono. São bem vindos trabalhos acerca da tradução de obras voltadas para experiências de exílio e das dificuldades advindas do transcurso temporal e de sua fixação na linearidade da linguagem. Nesse sentido, são igualmente esperadas reflexões que tratem da tradução de obras de caráter memorial-autobiográfico, considerando, sobretudo, as torções de sentido que seu registro necessariamente anacrônico engendra. Tendo em vista o papel desempenhado pelos suportes das obras literárias e artísticas em processos de tradução literária ou intermedial, a seção espera contar também com propostas acerca do lugar da edição e das edições (ou o lugar do curador e da curadoria no caso de transposições artísticas) e do arquivo na articulação temporal das obras, seja no transcurso histórico de sua recepção, seja no tempo do agora – no Jetztzeit benjaminiano, tempo eminentemente vivo e criador.

Homenagem: A Seção prestará uma homenagem ao poeta e tradutor brasileiro Augusto de Campos, unindo-se às celebrações em torno de seu aniversário de 90 anos, a serem celebrados este ano. A tradutora convidada, Simone Homem de Mello, fará uma apresentação do volume bilíngue de poemas Poesie – Eine Anthologie, por ela organizado e traduzido para o alemão e publicado pela editora Selo Demônio Negro.

A seção será realizada de forma híbrida, permitindo a participação no local ou on-line. Resumos das contribuições (máx. 400 palavras incluindo referências) podem ser enviados até 31 de maio de 2021 para susanaklages@hotmail.com, aparecidabarbosaheidermann@gmail.com, jk@id.uff.br


Sektionsleiter: Maria Aparecida Barbosa (Universidade Federal de Santa Catarina / UFSC), Susana Kampff Lages (Universidade Federal Fluminense / UFF) e Johannes Kretschmer (Universidade Federal Fluminense / UFF)

Aporien und Strömungen der Zeit und der Übersetzung
Wir wollen an die Debatte der Sektionsarbeit des vergangenen Kongresses anknüpfen und wählen eine neue Perspektive: 2019 verstanden wir Übersetzung noch unter den Vorgaben einer Phänomenologie des Raumes, die aber schon auf eine ästhetisch in interkulturellen und intersemiotischen Übertragungen eingeschriebene Zeitlichkeit verwies und u.a. den Blick auf Themen wie Exodus, Exil und Erinnerung richtete. Jetzt aber sollen diese phänomenologisch ausgerichteten Überlegungen vertieft und Fragen nach dem Wesen von Zeitlichkeit und ihrer Beziehung zu Theorie und Praxis des Übersetzens gestellt werden.
In diesem Zusammenhang ist die Zeitauffassung des Augustinus von Hippo (354-430) von entscheidender Bedeutung. Sie soll als theoretischer Ausgangspunkt für die Diskussion über zeitliche Konstruktionen als kategoriale (Un-)Möglichkeiten dienen. In den einschlägigen Arbeiten der Forschung wurden die Aporien des im elften Buch der Confessiones formulierten Zeitbegriffs eruiert, doch auch die Theorie und Praxis der Übersetzung sieht sich mit den aporetischen Bedingungen ihres Gegenstandes konfrontiert, die sich aus dem zeitlichen Abstand zwischen Originaltext und seinen Fortschreibungen in Form des übersetzten und durchaus immer wieder übersetzten und / oder auch des gar noch zu übersetzenden Textes ergeben. Diese Abfolge von Momenten, die sich anachronistisch in jeder neuen Übersetzung dokumentiert, beschreibt Walter Benjamin in seinem Aufsatz “Die Aufgabe des Übersetzers” als Überleben oder Fortleben der Werke mit ihren grundsätzlich späteren oder posthumen Implikationen – in den Übersetzungen. In der Geschichte der Kommentare zu diesem Aufsatz tritt jedoch eine Aporie hervor: die gleichzeitige Unmöglichkeit und Notwendigkeit der Übersetzung, wie sie Jacques Derrida und Haroldo de Campos (der Theoretiker der Übersetzung als “Transkreation”, d.h. einer Theorie, die sich ganz und gar des nachträglichen, ver-rückten und anachronistischen Aspekts jeder Übersetzung bewusst ist) betont haben.
Wenn die Übersetzung nach Benjamin eine Form ist, und als solche der Versuch, etwas zu fixieren, das sich grundsätzlich in Bewegung befindet, dann ist sie schon deswegen allein rhythmische Skansion. Wir schlagen also vor, die Überlegungen zum Thema der Übergänge und Strömungen wieder aufzunehmen, um die aporetischen und rhythmischen Beziehungen von Zeitlichkeit und Übersetzung in literarischen und künstlerischen Werken der lusophonen Welt herauszuarbeiten. Willkommen sind Arbeiten zur Übersetzung von Werken, die Exilerfahrungen thematisieren, sowie zu Problemen, die aus der Fixierung des zeitlichen Verlaufs auf die Linearität von Sprache resultieren. In diesem Sinne wären ebenso Beiträge interessant, die die Übersetzungen von memorialistischen und autobiografischen Werken behandeln und vor allem Sinnverformungen fokussieren, die eine unvermeidlich anachronistische Aufschreibung hervortreibt. Im Blick auf die Rolle, die literarische und künstlerische Medien im Prozess der literarischen oder intermedialen Übersetzung spielen, wären auch Vorschläge wünschenswert, die den “Ort der Edition” (oder den Ort des Kurators oder der Kuratorin im Falle der künstlerischen Übertragungen) und des Archivs in den zeitlichen Beziehungen der Werke behandeln, sei es im historischen Verlauf ihrer Rezeption, sei es in der Zeit des Jetzt – in der benjaminischen Jetztzeit, einer ebenso lebendigen wie kreativen Zeit.
Hommage: Die Sektion würdigt den brasilianischen Dichter und Übersetzer Augusto de Campos und schließt sich damit den Feierlichkeiten rund um seinen 90. Geburtstag an, der in diesem Jahr gefeiert wird. Die eingeladene Sektionsreferentin und Übersetzerin, Simone Homem de Mello, wird den von ihr organisierten und ins Deutsche übersetzten zweisprachigen Gedichtband Poesie – Eine Anthologie vorstellen, der beim Verlag Selo Demônio Negro erschienen ist.

Die Sektion wird in hybrider Form stattfinden und erlaubt somit die Teilnahme vor Ort oder online. Abstracts für Sektionsbeiträge (max. 400 Wörter einschließlich Literaturangaben) können bis zum 31. Mai 2021 an susanaklages@hotmail.com, aparecidabarbosaheidermann@gmail.com, jk@id.uff.br eingereicht werden.

Beitrag von: Johannes Kretschmer

Redaktion: Robert Hesselbach